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De Versão Em Versão

sábado, 22 de agosto de 2009

Sarney 14:01 - 31

Não se turbe o vosso coração; credes no Senado, crede também em mim. Na política há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; se me apoiares vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado na política, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Minha morada funciona a minha imagem e semelhança. Se não fui eu quem a criou, muito bem poderia tê-lo feito.
Disse-lhe Renan Calheiros: Senador, não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Respondeu-lhe Sarney: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem aos atos secretos, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a minha casa; e não é de agora a conheceis, e a tendes visto.
Disse-lhe Wellington Salgado: Sarney, mostra-nos o que fazer, e isso nos basta. Respondeu-lhe Sarney: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces? Quem me viu a mim, viu a política brasileira; como dizes tu: mostra-nos a política brasileira? Não crês tu que eu estou nela, e que ela está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o PMDB, que permanece em mim, é quem faz as suas obras.
Crede-me que eu estou na política nacional, e que o política nacional está em mim; crede ao menos por causa dos meus atos secretos. Aquele que crê em mim, esse também fará os atos que eu faço, e as fará maiores do que estes; porque eu permanecerei na política brasileira. Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Senado, e ele vos dará outro Paulo Duque, para que fique convosco para sempre, a saber, os Atos Secretos, os quais o Brasil não pode receber; porque não os vêem nem os conhecem; mas vós os conheceis, porque eles habitam convosco, e estarão em vós.
Ainda um pouco, e o Brasil não me verá mais; mas vós me vereis, porque eu vivo, e vós vivereis. Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós. Naquele dia conhecereis que estou na essência da política brasileira, e vós em mim, e eu em vós. Não podem me separar do meu elemento, eu apenas irei por minha vontade ou pela vontade de meu criador.
Perguntou-lhe Lula: O que houve, Sarney, que te hás de manifestar a nós, e não à mídia? Respondeu-lhe Sarney: Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meus aliados o amarão, e viremos a ele, e faremos nele morada. Quem não me ama, não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que estais ouvindo não é minha, mas culpa do presidente que me enviou. Estas coisas vos tenho falado, estando ainda convosco.
Mas o Ajudador Paulo Duque, a quem o Senado enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito. Deixo-vos a pax, a minha pax vos dou; eu não vo-la dou como a mídia a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu permaneça na política brasileira. Eu vo-lo disse agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais. Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós.


Por Fernanda Jaber

Desviar dinheiro do patrocínio cultural da Petrobrás, isso não!!!

Logo da arte que quase não tem investimento? Que a lista de acusações é algo impressionante, todos já sabem, mas logo aqui no calo você resolveu pisar? Da educação, da saúde e da moradia já é praticamente regra desviar dinheiro. O nepotismo e as contas em paraísos fiscais são também uma praxe, mas a arte, a cultura? Vai tirar até de onde não tem? Tenho a sensação que esse país vai se acabar, virar pó de tanta ganância.
Tudo bem que é entendível um homem do poder sacar 2 milhões em espécie em um país onde o justo salário mínimo é 400 (que garante uma vida digna e todos os direitos previstos em nossa constituição como laser, moradia, vestimenta, educação, saúde e etc), mas o Robin Hood invertido está começando a abusar. Se bem que, sabendo como terminam esses casos, e sabendo como nossa justiça funciona, talvez eu fizesse o mesmo se tivesse essa competência. Sim, porque é preciso ser muito mais que artista pra se sair tão bem de situações tão complicadas. Como diria Maluf, quando perguntaram-lhe se ele já roubou, “não necessariamente”. Talvez não necessariamente sejamos todos uns idiotas!
Assim como as famílias não necessariamente conversam, Sarney não sabia do fato de terem nomeado em atos secretos alguns de seus parentes. São “atos secretos”, como ele poderia saber, se não tem vínculo algum com isso tudo? Na verdade, acho mesmo que Sarney é inimigo de seu neto e sua sobrinha, sendo assim, como ele poderia saber de suas nomeações?
Isso é uma situação muito estressante, portanto foi feito o correto: recesso pra todo o senado. E disso ninguém pode reclamar, quinze dias a mais de férias, ainda mais sabendo que correm o risco de receber horas extras no recesso, como aconteceu em janeiro (outra coisa que Sarney não se lembra de ter feito). Ou, quem sabe, eles não utilizem a cota de passagens aéreas para custear a viagem de seus parentes no recesso? Sim, porque este é outro procedimento que se tornou usual. Em último caso pode se recorrer a velhos amigos, como por exemplo, o Edmar Cid Ferreira, companheiro de tantas histórias mais antigas...
Mas, como dizem, é tudo “intriga da oposição”. A minha dúvida é somente: quem, exatamente, é a oposição?


Por Luise Cohen

Sarney

Diante de tantas notícias sobre abusos de poder político, eu não sei se me espanto com a surpresa das pessoas ao tomar conhecimento dos fatos, ou se me espanto com a cara de pau dos comandantes da Nação. As duas atitudes me chocam na mesma medida.
Que José Sarney é um político conservador nós já sabemos, que ele colaborou com o regime militar nós também já sabemos. Aliás, foram os militares que indicaram José Sarney para vice de Tancredo Neves.
Infelizmente Tancredo morreu e Sarney assumiu. Durante o seu governo foram feitas inúmeras tentativas de conter a inflação, através de sucessivos pacotes econômicos, todos infutíferos.
Sarney se sentiu obrigado a cumprir algumas promessas feitas por Tancredo, portanto foi durante a sua gestão que, em 1988, o Brasil ganhou uma nova Constituição garantindo a todos os brasileiros direito a saúde, educação, liberdade de expressão e voto.
Lendo as notícias recentes me dou conta de que José Sarney tem agido com total coerência ao seu histórico de vida. Os direitos garantidos ao povo, na constituição, eram ideais defendidos por Tancredo Neves, não pelo seu vice. Ele apenas não podia frustar a massa naquele momento histórico.
Por que cargas d’água, nós brasileiros, esperamos eternamente por um milagre?


Por Nadya Milano